O RFID consiste basicamente no uso de ondas de rádio para coletar informações de objetos e até seres vivos por motivos diversos. A tecnologia foi desenvolvida originalmente durante a Segunda Guerra Mundial, pelo físico britânico Robert Alexander Watson-Watt, e utilizada pelas tropas inglesas para ampliar as capacidades dos radares.
Com o uso do RFID, através da implantação de transmissores nos aviões ingleses, além de se saber com antecedência a chegada das aeronaves através do radar, era possível identificar se o veículo em questão era aliado ou inimigo. Apesar de contar com os avanços de décadas de estudos, a tecnologia segue funcionando essencialmente da mesma maneira atualmente.
Como funciona o RFID?
Para funcionar, um sistema de RFID precisa de uma etiqueta, um leitor e um computador, que atuam em um procedimento simples: o leitor emite uma frequência de ondas de rádio para ativar a etiqueta que, por sua vez, retorna o sinal com os dados solicitados. Essas informações são enviadas ao computador, que as armazena e avalia utilizando um software dedicado.
Um diferencial desse tipo de sistema é que o processo pode ser completamente automatizado, tendo pouca ou nenhuma intervenção de um usuário. Isso o caracteriza como membro de um grupo de tecnologias conhecido como Automatic Identification and Data Capture (AIDC), ou Captura de Dados e Identificação Automática, em tradução livre.
O RFID é similar ao código de barras no funcionamento, mas tem a vantagem de não depender de alinhamento com o sensor óptico, por utilizar as ondas de rádio. Cada um dos elementos que compõem o sistema de identificação por radiofrequência possuem algumas peculiaridades, que permitem estender o uso da tecnologia para diferentes áreas.
Etiqueta
As etiquetas RFID costumam ser compostas de um chip para armazenamento das informações, junto a uma antena para receber e realizar as transmissões. Existem três tipos de etiquetas:
- Ativas: embarcam uma bateria que turbina a transmissão e possibilita que o sinal atinja grandes distâncias, o que as torna mais caras.
- Passivas: utilizam a própria energia enviada pelo leitor para ativar a transmissão, o que reduz os custos, mas limita o alcance de maneira significativa.
- Semipassivas: combinam as características dos outros dois tipos ao unir uma etiqueta passiva com uma bateria mais simples para ampliar o alcance do sinal.
Outro aspecto importante é a frequência da transmissão — quanto maior a frequência, maior o alcance, mas mais suscetível a interferências é o sinal. As etiquetas de alta frequência (HF) estão normalmente presentes em crachás, livros e aplicações antifalsificação, enquanto as de ultra alta frequência (UHF) costumam ser usadas para rastreamento de itens e logística de empresas.
Fora isso, enquanto algumas delas só podem ser gravadas uma única vez, as chamadas WORM (Write Once, Read Many), outras possibilitam a adição de novas informações por meio da regravação de dados.
Leitor
O leitor, ou “interrogador”, é o responsável por emitir as ondas de rádio que ativam as etiquetas e receber as informações para encaminhá-las ao computador. Composto de uma ou mais antenas, esse dispositivo pode ser fixo ou portátil, e equipado em um celular ou mesmo em grandes estruturas como túneis, com variações de tamanho de acordo com a aplicação, que também dita o alcance do sinal de rádio.
Computador
É no computador que o processamento dos dados é feito, através de um software especializado que realiza a filtragem das informações recebidas — cada etiqueta pode conter mais dados que o necessário, ou ser lida múltiplas vezes. Vale destacar que a necessidade de “limpar” o sinal recebido não é exclusiva dos sistemas RFID, já que os códigos de barras atuam de maneira similar.
Aplicações do RFID
Os sistemas RFID já são amplamente adotados em inúmeros setores, estando presentes desde ambientes corporativos até smartphones e cartões de identificação. Alguns dos principais usos da tecnologia incluem:
- Pagamento em trânsito;
- Controle de estoque;
- Rastreamento de cargas e animais;
- Rastreamento em modalidades esportivas;
- Restrição de acesso de áreas;
- Identificação biométrica.
NFC é versão mais robusta do RFID
A tecnologia de Near Field Communication, ou apenas NFC, é um recurso que se popularizou nos últimos anos, especialmente em celulares. Seu uso mais comum é o de pagamentos por aproximação, mas também é possível gerenciar configurações no dispositivo receptor, transferir dados mais complexos, entre outras funcionalidades.
O NFC é de fato baseado nos mesmos princípios dos sistemas RFID, mas possui algumas peculiaridades: além de operar apenas na frequência de etiquetas HF (13,65 MHz), um dispositivo NFC pode atuar tanto como etiqueta como leitor, o que possibilita a comunicação entre dois aparelhos. Seu alcance também é limitado, entre 1 cm e 10 cm, o que o torna a opção ideal para transmissões com foco na segurança, como os pagamentos.
Fonte: Syscontrol, AB&R, AtlasRFIDStore